Lembrei de você. E dói mais que antes, mesmo depois de todo esse tempo. Sempre te mantive carregado em mim junto com as lembranças que reforçavam essa ligação que desenvolvemos. Eu sei que nunca admiti o quanto gostei de estar com você ou te deixei ver os sorrisos que roubava com aquelas brincadeiras tolas e costumeiras, minhas barreiras de proteção não me deixaram te permitir ultrapassá-las para ver o quanto eu estava feliz ao seu lado, acabei te afastando de mim. Lembrei do cheiro da sua pele e do arrepio que sua barba mal feita me causava. Costumeiramente, sinto meu coração doer um pouquinho com sua ausência. O que há comigo? Tanto o que lembrar do tempo que passamos juntos e eu insisto em lembrar de todas as coisas boas e deixar os momentos ruins - e mais comuns - para trás.
Minhas barreiras continuam me forçando a comprimir meus sentimentos, pois enquanto escrevo sobre sentir sua falta também consigo odiá-lo. Te odeio por todas as vezes que me deixou esperando, por todas as ligações que não me fez, por todas as lágrimas que derramei quando vi através dos seus segredos e por todas as noites sentindo falta do calor do seu corpo sendo confundido com o calor do meu. Quantas vezes desisti de você e te pedi distância? Foram tantas. Mesmo assim, você me manteve por perto. Me deu pequenos sinais de que sentia minha falta, alimentando esperança no meu coração ferido. Fui tola, acreditei. Pouco tempo depois você cansou. E mesmo depois de eu ter te deixado inúmeras vezes, foi você quem deu um ponto final na nossa história. Ou quase história. Ou nem isso.
Lembro de ter te encontrado pela primeira vez naquele café noturno, com música ao vivo e velas na mesa; naquele dia te alertei da minha mania de escolher errado e me magoar no fim. Lembro de você sorrir torto e dizer com sua voz suave que você seria minha escolha certa. Nós dois erramos. Uma pena que eu tenha demorado tanto para enxergar isso.
"How can I be your lover?
Stars ain't made to shine under clouds."
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