01 abril 2015

Sobre um quase amor e tanto sofrer.

Acordei com essa forte inspiração e vontade de escrever novamente. Então me dei conta de que eu costumo escrever inspirada quando sinto dores de amor ou tenho crises de personalidade. O que demorei pra entender foi o porquê - ou por culpa de quem - eu estava a sentir essas "dores". Então aqui estou.

Recentemente, alguém me perguntou como seria se eu me apaixonasse. Fiquei tão surpresa que precisei de alguns minutos pra pensar na possibilidade. A verdade é que há muito eu não me apaixono verdadeiramente, talvez nunca tenha. Tentei lembrar de como é estar apaixonada e não gostei. Talvez seja porque, rotineiramente, eu conheci pessoas com essa visão atual e distorcida do que é amar, estar com alguém e sentir-se apaixonado; sendo assim, sofri muito. Então, analisando todo o meu passado romântico, dei-me conta que não há romance nenhum em nada do que vivi ao me relacionar com o outro. Sempre achei que tinha me apaixonado, mas a verdade é que eu só estava sendo obsessiva pela companhia e pela sensação de posse. Não ficar só e enfrentar-se é tão mais fácil. 

Percorri uma estrada atormentada e pelo caminho caí tantas vezes que guardo cicatrizes compatíveis com uma senhora de 70 anos. Entreguei-me com tanta veracidade e sem nenhum pudor, mas ainda me sentia vazia. Culpei o outro por isso. Até que um dia decidi por mim, mas não foi fácil. Continuei a sentir-me vazia, mas essa é uma batalha que travo comigo todos os dias, não mais uma batalha com alguém que deveria me trazer sorrisos e não o contrário. Aprendi, há pouco tempo, que o amor deve ser fácil. Essa ideia novelesca de que o final feliz chega depois de tanto sofrer é enganosa. 

Hà alguns anos, baixei minha guarda e deixei alguém enxergar essa confusão dentro de mim. Tentei, mas não deu certo. Ele vivia a sonhar com essa sensação de estar com alguém só por estar; de ter alguém para chamar de seu (ou de patroa, no caso); de viver a vida junto. Acredito fielmente na ideia de que é preciso ser inteiro para juntar-se com outro inteiro, não na ideia de metades se encaixando. Minha outra metade sou eu. Eu só preciso encontrá-la aqui dentro de mim e encaixar as peças que estão incrivelmente bagunçadas. 

E mais: se é pra entregar-se a alguém e amar, só aceito se for para amar aos suspiros. Sinceramente e honestamente, nada mais.

Obs: essa romântica incorrigível sabe que amar não é apenas flores e sorrisos. Mas ainda assim, chorar mais do que suspirar não é aceitável pra mim. Já foi, não é mais.

2 comentários:

  1. Disse tudo sis! Tenho orgulho de ser sua sis, apesar de ser só de coração.
    PS.: Não sabia que você ainda escrevia! Serei sua seguidora árdua agora hahahaha
    Te amo ❤

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